Muitas vezes, ao criarem conteúdo, as pessoas não pensam além do idioma de origem. É preciso pensar: embora as instruções que você cria sejam claras para você, elas serão claras para um leitor de outro país ou de outra cultura? Qualquer idioma precisa de contexto para tornar o significado claro. E isso se mostra ainda mais importante em textos técnicos e instrutivos, em que um pequeno erro pode levar a um processo judicial dispendioso ou a uma lesão irreversível.
Para textos em inglês, por exemplo, o uso do inglês técnico simplificado (STE, Simplified Technical English) é uma solução para o problema de erros de contexto. Esse método vem sendo utilizado há quase 30 anos no setor da aviação e trata-se de um idioma padronizado capaz de garantir que toda a documentação técnica na área da aviação seja entendida em um nível global pelo uso de uma escrita com base em regras.
Simplifique seu texto o máximo possível ao escrever sobre um determinado tema. Isso faz com que até mesmo usuários não avançados de um idioma possam entendê-lo.
Imagine que você está lendo um parágrafo de um manual técnico que diz: “Esta máquina emprega líquidos inflamáveis; não é recomendável encher o receptáculo enquanto o motor estiver em funcionamento”.
Você pode até entender a instrução se não for falante nativo do português, mas a frase ficaria mais clara e segura se fosse escrita da seguinte maneira: “Esta máquina utiliza gasolina; desligue o motor antes de encher o tanque”. Embora esse texto não tenha um tom tão sofisticado quanto o primeiro, a probabilidade de ser entendido corretamente é maior.
Escrever de modo claro envolve implementar um sistema terminológico com um conjunto de regras de escrita combinadas a um dicionário de vocabulário controlado ou permitido. Cada frase deve ter apenas um significado, assim como cada palavra nessa frase, ou seja, o criador de conteúdo não deve usar a mesma palavra ora como verbo, ora como substantivo. E regras como “limitar a estrutura da frase a 25 palavras” tornam o texto mais fácil de ser lido.
Cada empresa tem sua própria terminologia ou vocabulário tanto em sua língua-mãe quanto no idioma usado por seus representantes de campo e contatos locais. É necessário compilar um glossário com essas palavras e expressões preferenciais antes do uso de um sistema padronizado.
Isso requer um processo centralizado de compilação e revisão e deve envolver uma equipe seleta, composta pelos criadores do conteúdo e pelos usuários finais. Isso garante que a terminologia passe por um exame minucioso, seja de amplo alcance e tenha controle de qualidade.
Ao criar conteúdo em outros idiomas, ferramentas como programas de memória de tradução são necessárias para o gerenciamento da consistência. Elas permitem que todos os fornecedores de conteúdo utilizem um vocabulário controlado, adaptando seu texto de acordo com ele e garantindo que textos repetidos fiquem consistentes em trabalhos atuais e futuros.
Os programas de memória de tradução também possuem recursos para localizar e alinhar palavras e expressões de documentos anteriores, o que ajuda a lidar com o desafio de compilar um glossário multilíngue.
Resumindo, é desejável produzir textos claros em qualquer idioma a fim de garantir seu entendimento e evitar erros dispendiosos. Para alcançar um conteúdo eficiente e consistente, é preciso empregar diretrizes centralizadas de escrita combinadas a um glossário aprovado.
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